terça-feira, 8 de março de 2011

Para uma verdadeira quaresma!




“Produzi, pois frutos que testemunhem vossa conversão”. (MT 3,8).


A conversão real se manifesta de modo concreto em nossas vidas. João Batista, já em seu tempo, clamava a necessidade de uma mudança radical e profunda do ser humano, denunciando como “superficial” e “ilusória” a conversão dos seus ouvintes: “Raça de Víboras... Produzi, pois frutos que testemunhem vossa conversão”.
Apesar das duras palavras do Batista, hoje, em nossas comunidades, não estamos longe desta mesma realidade. Muito pelo contrário, é bastante frequente acreditar que para ser cristão basta “crer” e “aceitar” a Jesus Cristo como Salvador, que as nossas vidas serão repletas de milagres, bênçãos e graças. Perde-se assim a noção de um discipulado autêntico, o qual exige: Renunciar a si mesmo (MT 16,24); Deixar tudo ( ); Tomar sua cruz (MT 16,24), perdoar os inimigos (MT 5,44) partilhar os bens (Mc 10,21) etc.
É justamente por esquecermos esta dimensão, tão necessária para a nossa fé, que a nossa Igreja Católica propõe como sabemos um grande retiro espiritual, quarenta dias de oração, jejum e penitência (caridade), como práticas penitenciais, que acentuam e planificam no caminho de conversão, para celebrarmos as alegrias do mistério pascal de Cristo.
Entretanto, estas práticas penitenciais devem nos ajudar a sair de nós mesmos, não sermos o centro das nossas orações, das nossas ações de caridade em torno dos nossos círculos de amizades, ou buscando até certos privilégios. Mas abandonar nossa comodidade, nosso egoísmo, nosso individualismo, além dos prazeres desgovernados. Que a nossa oração possa iluminar nossas trevas, que o jejum liberte de nossos vícios e que a caridade possa testemunhar nosso anseio de transformação, libertação e alegrias.
Venho também lembrar que é neste mesmo período também que temos a realização da Campanha da Fraternidade, que terá sua abertura nesta quarta-feira de cinza, com o Tema: “FRATERNIDADE E VIDA NO PLANETA”, cujo tema, irá resgatar as várias reflexões passadas em torno das questões ambientais, como por exemplo, “água fonte de vida” (CF 2004). Nossa Igreja de Manaus, em particular, terá como uma das bandeiras de Luta e conscientização, a defesa de nossos rios: através do “SOS Encontro das Águas”.
É importante ainda, não perder de vista a dinamicidade do tempo litúrgico, pois não é uma simples “volta”, trata-se de um novo tempo, uma nova oportunidade, que deve produzir verdadeiros frutos de conversão e reconciliação com Deus e com os nossos irmãos. Só assim estaremos consolidando a realização de uma sociedade mais Justa, Fraterna, Consciente e Solidária com nosso Planeta.


Carlos Eduardo Castro dos Santos,
Seminarista, 2º. Ano de Teologia – ITEPES-AM

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