segunda-feira, 2 de abril de 2012

"Vinde para a Luz! Levantai-vos!"


É com grande alegria pascal, que venho comunicar o que este ano vem a ser a experiência da Ressurreição do Senhor em minha vida e desejar uma Feliz Páscoa a todos os nossos paroquianos, amigos devotos que acompanham com carinho nosso Blog. A Ressurreição de Cristo deve ser aceita pela fé e compreendida no dia a dia como fato, e não algo ilusório, imaginativo ou meramente, simbólico. Certamente, ao mesmo tempo, em que temos a ressurreição como o grande ápice do mistério da nossa vida, muitos irmãos concentram todos os esforços em busca de “garantir” e “confirmar” esta realidade, a qual todos nós somos convidados, a já deixá-la transbordar em nossas vidas, hoje.
Vinde para luz!
Quer dizer, Páscoa “PASSAGEM”, “LIBERTAÇÃO” é um tempo de sairmos de nossos sepulcros caiados, envoltos em trevas: egoísmo, individualismo, cobiças, cegueiras, invejas, raivas, rancor, ódio, descrenças... E tudo o que foi acusado pela nossa consciência e pela nossa fé, e que deveríamos ter trabalhado nestes 40 dias de preparação, pois temos a grande dificuldade de reconhecer nossos próprios erros, pecados e injustiças que cometemos contra Deus, contra o próximo e até nós mesmos. Isto acontece quando não nos permitimos crescer, melhorar ou nos sentirmos mais felizes, ficando por muito tempo se lastimando, culpando e pagando por coisas velhas e passadas, que devem receber a grande força e vigor pascal, que é capaz de vencer até a morte. “Eis que faço novas todas às coisas” (Ap. 21,5)
Levantai-vos!
Permita meu irmão e minha irmã que Cristo seja a nossa principal força na vida e na caminhada, Ele é a possibilidade de nos libertarmos dos nossos cativeiros. Regatando em nós a graça batismal. Este tempo de quaresma por muitos dias em nosso Seminário São José, este texto ajudou-me a rezar melhor e a preparar-me com mais intensidade para esta grande festa da páscoa. Gostaria que partilhá-lo com vocês.

De uma antiga Homilia no grande Sábado Santo (Séc.IV)
Que está acontecendo hoje? Um grande silêncio reina sobre a terra. Um grande silêncio e uma grande solidão. Um grande silêncio, porque o Rei está dormindo; a terra estremeceu e ficou silenciosa, porque o Deus feito homem adormeceu e acordou os que dormiam há séculos. Deus morreu na carne e despertou a mansão dos mortos. Ele vai antes de tudo à procura de Adão, nosso primeiro pai, a ovelha perdida. Faz questão de visitar os que estão mergulhados nas trevas e na sombra da morte. Deus e seu Filho vão ao encontro de Adão e Eva cativos, agora libertos dos sofrimentos. O Senhor entrou onde eles estavam, levando em suas mãos a arma da cruz vitoriosa. Quando Adão, nosso primeiro pai, o viu, exclamou para todos os demais, batendo no peito e cheio de admiração: “O meu Senhor está no meio de nós”. E Cristo respondeu a Adão: “E com teu espírito”. E tomando-o pela mão, disse: “Acorda, tu que dormes, levanta-te dentre os mortos, e Cristo te iluminará. Eu sou o teu Deus, que por tua causa me tornei teu filho; por ti e por aqueles que nasceram de ti, agora digo, e com todo o meu poder, ordeno aos que estavam na prisão: ‘Saí!’; e aos que jaziam nas trevas: ‘Vinde para a luz!’; e aos entorpecidos: ‘Levantai-vos!’
Eu te ordeno: Acorda, tu que dormes, porque não te criei para permaneceres na mansão dos mortos. Levanta-te dentre os mortos; eu sou a vida dos mortos. Levanta-te, obra das minhas mãos; levanta-te, ó minha imagem, tu que foste criado à minha semelhança. Levanta-te, saiamos daqui; tu em mim e eu em ti, somos uma só e indivisível pessoa. Por ti, eu, o teu Deus, me tornei teu filho; por ti, eu, o Senhor, tomei tua condição de escravo. Por ti, eu, que habito no mais alto dos céus, desci à terra e fui até mesmo sepultado debaixo da terra; por ti, feito homem, tornei-me como alguém sem apoio, abandonado entre os mortos. Por ti, que deixaste o jardim do paraíso, ao sair de um jardim fui entregue aos judeus e num jardim, crucificado. Vê em meu rosto os escarros que por ti recebi, para restituir-te o sopro da vida original. Vê na minha face as bofetadas que levei para restaurar, conforme à minha imagem, tua beleza corrompida. Vê em minhas costas as marcas dos açoites que suportei por ti para retirar de teus ombros o peso dos pecados. Vê minhas mãos fortemente pregadas à árvore da cruz, por causa de ti, como outrora estendeste levianamente as tuas mãos para a árvore do paraíso. Adormeci na cruz e por tua causa a lança penetrou no meu lado, como Eva surgiu do teu, ao adormeceres no paraíso. Meu lado curou a dor do teu lado. Meu sono vai arrancar-te do sono da morte. Minha lança deteve a lança que estava dirigida contra ti. Levanta-te, vamos daqui. O inimigo te expulsou da terra do paraíso; eu, porém, já não te coloco no paraíso mas num trono celeste. O inimigo afastou de ti a árvore, símbolo da vida; eu, porém, que sou a vida, estou agora junto de ti. Constituí anjos que, como servos, te guardassem; ordeno agora que eles te adorem como Deus, embora não sejas Deus. Está preparado o trono dos querubins, prontos e a postos os mensageiros, construído o leito nupcial, preparado o banquete, as mansões e os tabernáculos eternos adornados, abertos os tesouros de todos os bens e o reino dos céus preparado para ti desde toda a eternidade. A descida do Senhor à mansão dos mortos (PG43,439.451.462-463)
Feliz Páscoa!
Carlos Eduardo Castro dos Santos
Seminarista Arquidiocesano

domingo, 11 de março de 2012

Como deve ser a atuação do leigo na Igreja!


Encontrei este Artigo, acho interessante a leitura para entendermos nosso papel!
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Amigos e Amigas, diante de um mundo cada vez mais globalizado somos chamados a refletir sobre a real importância do leigo na vida da Igreja.Nossas comunidades só são cheias de vida e animação, quando os leigos trabalham em conjunto, atuando na Liturgia, Catequese, e nas diversas pastorais. Em comunhão com o pároco, os leigos são os atores fundamentais para a realização efetiva do Reino de Deus aqui na terra.Ser leigo atuante não é fácil, mas se ouvimos a voz do Senhor que chama, teremos maior comprometimento para nossas ações e projetos.Não se pede ao leigo nada além das suas capacidades. A cada batizado, o Espírito Santo concede dons e carismas que não devem ser escondidos, mas colocados a serviço dos irmãos.Mas a missão do leigo não se resume somente á atuação nas paróquias. O testemunho cristão perante a sociedade é de suma importância. O leigo antes de tudo, é pelo Batismo filho de DEUS. Como tal, deve demonstrar em todos os instantes e lugares que CRISTO rege sua vida e que procura viver conforme o Evangelho. Assim, o leigo não pode compactuar com o processo de destruição dos valores, da corrupção em todos os níveis, do capitalismo desenfreado, da falta de caridade, enfim o leigo deve ser promotor da VIDA. Por isso, o leigo deve buscar viver o mais autenticamente possível sua fé. Cultivar uma vida de oração, e desejo de anunciar as maravilhas que DEUS faz por cada um de nós. Contudo, tenhamos a ousadia, a força de sermos leigos atuantes, firmes e dispostos para que o Reino de DEUS aconteça aqui e agora.

"A busca de Deus é a busca da alegria. O encontro com Deus é a própria alegria." Santo Agostinho.
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Natanael Oliveira Diniz (Jornal "O Mensageiro)

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Campanha da Fraternidade 2012: Fraternidade e Saúde Pública!


Realizada desde 1964 pela CNBB, a Campanha da Fraternidade tem o objetivo de direcionar o trabalho evangelizador no período da Quaresma. Em 2012, a escolha do tema se deu em razão de ser, a saúde, a principal pauta reivindicatória da população brasileira no campo das políticas públicas. Para o presidente da CNBB, d. Leonardo Ulrich Steiner, a Igreja quer sensibilizar as pessoas sobre a “dura realidade de irmãos e irmãs que não têm acesso à assistência de saúde pública condizente com suas necessidades e dignidade”. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) quer trabalhar com a intenção de humanizar mais esta área de muita carência para um país com as dimensões do Brasil. O lançamento oficial da campanha após o carnaval, marca também o início da Quaresma, período de reflexão e penitência para os católicos. A Quaresma é um período também de cuidar da saúde espiritual. "A pessoa não é só doente biológica. Está tudo em conjunto. Quando a pessoa está doente espiritualmente, é pior ainda. Então, a igreja deseja propor a todos que olhemos com carinho esse momento voltado para Deus, que é a quaresma".A Campanha da Fraternidade mobiliza todas as comunidades católicas do país e procura envolver outros segmentos da sociedade no debate do tema escolhido. São produzidos vários materiais para uso das comunidades com destaque para o texto-base, produzido por uma equipe de especialistas. O cartaz da CF é inspirado na passagem do Bom Samaritano, que se dispõe a ajudar a pessoa que necessita de cuidado (Lc 10,29-37). O aperto de mãos entre o profissional de saúde e quem usa os serviços alegra, acolhe e traz confiança. Destacamos que o Lema é: "Que a saúde se difunda sobre a Terra" (Cf. Eclo, 38,8)
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Em nossa Paróquia:
Aqui na Matinha, a Celebração às 19h, no Santuário de Santa Luzia marca a abertura oficial da Quaresma e também da Campanha da Fraternidade.

Mensagem do Papa para a Quaresma 2012.


"Prestemos atenção uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras"
(Heb 10, 24)
Irmãos e irmãs!
A Quaresma oferece-nos a oportunidade de refletir mais uma vez sobre o cerne da vida cristã: o amor. Com efeito este é um tempo propício para renovarmos, com a ajuda da Palavra de Deus e dos Sacramentos, o nosso caminho pessoal e comunitário de fé. Trata-se de um percurso marcado pela oração e a partilha, pelo silêncio e o jejum, com a esperança de viver a alegria pascal. Desejo, este ano, propor alguns pensamentos inspirados num breve texto bíblico tirado da Carta aos Hebreus: «Prestemos atenção uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras» (10, 24). Esta frase aparece inserida numa passagem onde o escritor sagrado exorta a ter confiança em Jesus Cristo como Sumo Sacerdote, que nos obteve o perdão e o acesso a Deus. O fruto do acolhimento de Cristo é uma vida edificada segundo as três virtudes teologais: trata-se de nos aproximarmos do Senhor «com um coração sincero, com a plena segurança da fé» (v. 22), de conservarmos firmemente «a profissão da nossa esperança» (v. 23), numa solicitude constante por praticar, juntamente com os irmãos, «o amor e as boas obras» (v. 24). Na passagem em questão afirma-se também que é importante, para apoiar esta conduta evangélica, participar nos encontros litúrgicos e na oração da comunidade, com os olhos fixos na meta escatológica: a plena comunhão em Deus (v. 25). Detenho-me no versículo 24, que, em poucas palavras, oferece um ensinamento precioso e sempre atual sobre três aspectos da vida cristã: prestar atenção ao outro, a reciprocidade e a santidade pessoal.
1. Prestemos atenção: a responsabilidade pelo irmão.
O primeiro elemento é o convite a «prestar atenção»: o verbo grego usado é katanoein, que significa observar bem, estar atento, olhar conscienciosamente, dar-se conta de uma realidade. Encontramo-lo no Evangelho, quando Jesus convida os discípulos a «observar» as aves do céu, que não se preocupam com o alimento e, todavia, são objeto de solícita e cuidadosa Providência divina (cf. Lc 12, 24), e a «dar-se conta» da trave que têm na própria vista antes de reparar no argueiro que está na vista do irmão (cf. Lc 6, 41). Encontramos o referido verbo também noutro trecho da mesma Carta aos Hebreus, quando convida a «considerar Jesus» (3, 1) como o Apóstolo e o Sumo Sacerdote da nossa fé. Por conseguinte o verbo, que aparece na abertura da nossa exortação, convida a fixar o olhar no outro, a começar por Jesus, e a estar atentos uns aos outros, a não se mostrar alheio e indiferente ao destino dos irmãos. Mas, com frequência, prevalece a atitude contrária: a indiferença, o desinteresse, que nascem do egoísmo, mascarado por uma aparência de respeito pela «esfera privada». Também hoje ressoa, com vigor, a voz do Senhor que chama cada um de nós a cuidar do outro. Também hoje Deus nos pede para sermos o «guarda» dos nossos irmãos (cf. Gn 4, 9), para estabelecermos relações caracterizadas por recíproca solicitude, pela atenção ao bem do outro e a todo o seu bem. O grande mandamento do amor ao próximo exige e incita a consciência a sentir-se responsável por quem, como eu, é criatura e filho de Deus: o fato de sermos irmãos em humanidade e, em muitos casos, também na fé deve levar-nos a ver no outro um verdadeiro alter ego, infinitamente amado pelo Senhor. Se cultivarmos este olhar de fraternidade, brotarão naturalmente do nosso coração a solidariedade, a justiça, bem como a misericórdia e a compaixão. O Servo de Deus Paulo VI afirmava que o mundo atual sofre sobretudo de falta de fraternidade: «O mundo está doente. O seu mal reside mais na crise de fraternidade entre os homens e entre os povos, do que na esterilização ou no monopólio, que alguns fazem, dos recursos do universo» (Carta enc. Populorum progressio, 66).
A atenção ao outro inclui que se deseje, para ele ou para ela, o bem sob todos os seus aspectos: físico, moral e espiritual. Parece que a cultura contemporânea perdeu o sentido do bem e do mal, sendo necessário reafirmar com vigor que o bem existe e vence, porque Deus é «bom e faz o bem» (Sal 119/118, 68). O bem é aquilo que suscita, protege e promove a vida, a fraternidade e a comunhão. Assim a responsabilidade pelo próximo significa querer e favorecer o bem do outro, desejando que também ele se abra à lógica do bem; interessar-se pelo irmão quer dizer abrir os olhos às suas necessidades. A Sagrada Escritura adverte contra o perigo de ter o coração endurecido por uma espécie de «anestesia espiritual», que nos torna cegos aos sofrimentos alheios. O evangelista Lucas narra duas parábolas de Jesus, nas quais são indicados dois exemplos desta situação que se pode criar no coração do homem. Na parábola do bom Samaritano, o sacerdote e o levita, com indiferença, «passam ao largo» do homem assaltado e espancado pelos salteadores (cf. Lc 10, 30-32), e, na do rico avarento, um homem saciado de bens não se dá conta da condição do pobre Lázaro que morre de fome à sua porta (cf. Lc 16, 19). Em ambos os casos, deparamo-nos com o contrário de «prestar atenção», de olhar com amor e compaixão. O que é que impede este olhar feito de humanidade e de carinho pelo irmão? Com frequência, é a riqueza material e a saciedade, mas pode ser também o antepor a tudo os nossos interesses e preocupações próprias. Sempre devemos ser capazes de «ter misericórdia» por quem sofre; o nosso coração nunca deve estar tão absorvido pelas nossas coisas e problemas que fique surdo ao brado do pobre. Diversamente, a humildade de coração e a experiência pessoal do sofrimento podem, precisamente, revelar-se fonte de um despertar interior para a compaixão e a empatia: «O justo conhece a causa dos pobres, porém o ímpio não o compreende» (Prov 29, 7). Deste modo entende-se a bem-aventurança «dos que choram» (Mt 5, 4), isto é, de quantos são capazes de sair de si mesmos porque se comoveram com o sofrimento alheio. O encontro com o outro e a abertura do coração às suas necessidades são ocasião de salvação e de bem-aventurança. O fato de «prestar atenção» ao irmão inclui, igualmente, a solicitude pelo seu bem espiritual. E aqui desejo recordar um aspecto da vida cristã que me parece esquecido: a correção fraterna, tendo em vista a salvação eterna. De forma geral, hoje se é muito sensível ao tema do cuidado e do amor que visa o bem físico e material dos outros, mas quase não se fala da responsabilidade espiritual pelos irmãos. Na Igreja dos primeiros tempos não era assim, como não o é nas comunidades verdadeiramente maduras na fé, nas quais se tem a peito não só a saúde corporal do irmão, mas também a da sua alma tendo em vista o seu destino derradeiro. Lemos na Sagrada Escritura: «Repreende o sábio e ele te amará. Dá conselhos ao sábio e ele tornar-se-á ainda mais sábio, ensina o justo e ele aumentará o seu saber» (Prov 9, 8-9). O próprio Cristo manda repreender o irmão que cometeu um pecado (cf. Mt 18, 15). O verbo usado para exprimir a correção fraterna – elenchein – é o mesmo que indica a missão profética, própria dos cristãos, de denunciar uma geração que se faz condescendente com o mal (cf. Ef 5, 11). A tradição da Igreja enumera entre as obras espirituais de misericórdia a de «corrigir os que erram». É importante recuperar esta dimensão do amor cristão. Não devemos ficar calados diante do mal. Penso aqui na atitude daqueles cristãos que preferem, por respeito humano ou mera comodidade, adequar-se à mentalidade comum em vez de alertar os próprios irmãos contra modos de pensar e agir que contradizem a verdade e não seguem o caminho do bem. Entretanto a advertência cristã nunca há de ser animada por espírito de condenação ou censura; é sempre movida pelo amor e a misericórdia e brota duma verdadeira solicitude pelo bem do irmão. Diz o apóstolo Paulo: «Se porventura um homem for surpreendido nalguma falta, vós, que sois espirituais, corrigi essa pessoa com espírito de mansidão, e tu olha para ti próprio, não estejas também tu a ser tentado» (Gl 6, 1). Neste nosso mundo impregnado de individualismo, é necessário redescobrir a importância da correção fraterna, para caminharmos juntos para a santidade. É que «sete vezes cai o justo» (Prov 24, 16) – diz a Escritura –, e todos nós somos frágeis e imperfeitos (cf. 1 Jo 1, 8). Por isso, é um grande serviço ajudar, e deixar-se ajudar, a ler com verdade dentro de si mesmo, para melhorar a própria vida e seguir mais retamente o caminho do Senhor. Há sempre necessidade de um olhar que ama e corrige, que conhece e reconhece, que discerne e perdoa (cf. Lc 22, 61), como fez, e faz, Deus com cada um de nós.
2. «Uns aos outros»: o dom da reciprocidade.
O fato de sermos o «guarda» dos outros contrasta com uma mentalidade que, reduzindo a vida unicamente à dimensão terrena, deixa de considerá-la na sua perspectiva escatológica e aceita qualquer opção moral em nome da liberdade individual. Uma sociedade como a atual pode tornar-se surda quer aos sofrimentos físicos, quer às exigências espirituais e morais da vida. Não deve ser assim na comunidade cristã! O apóstolo Paulo convida a procurar o que «leva à paz e à edificação mútua» (Rm 14, 19), favorecendo o «próximo no bem, em ordem à construção da comunidade» (Rm 15, 2), sem buscar «o próprio interesse, mas o do maior número, a fim de que eles sejam salvos» (1 Cor 10, 33). Esta recíproca correção e exortação, em espírito de humildade e de amor, deve fazer parte da vida da comunidade cristã.
Os discípulos do Senhor, unidos a Cristo através da Eucaristia, vivem numa comunhão que os liga uns aos outros como membros de um só corpo. Isto significa que o outro me pertence: a sua vida, a sua salvação têm a ver com a minha vida e a minha salvação. Tocamos aqui um elemento muito profundo da comunhão: a nossa existência está ligada com a dos outros, quer no bem quer no mal; tanto o pecado como as obras de amor possuem também uma dimensão social. Na Igreja, corpo místico de Cristo, verifica-se esta reciprocidade: a comunidade não cessa de fazer penitência e implorar perdão para os pecados dos seus filhos, mas alegra-se contínua e jubilosamente também com os testemunhos de virtude e de amor que nela se manifestam. Que «os membros tenham a mesma solicitude uns para com os outros» (1 Cor 12, 25) – afirma São Paulo –, porque somos um e o mesmo corpo. O amor pelos irmãos, do qual é expressão a esmola – típica prática quaresmal, juntamente com a oração e o jejum – radica-se nesta pertença comum. Também com a preocupação concreta pelos mais pobres, pode cada cristão expressar a sua participação no único corpo que é a Igreja. E é também atenção aos outros na reciprocidade saber reconhecer o bem que o Senhor faz neles e agradecer com eles pelos prodígios da graça que Deus, bom e onipotente, continua a realizar nos seus filhos. Quando um cristão vislumbra no outro a ação do Espírito Santo, não pode deixar de se alegrar e dar glória ao Pai celeste (cf. Mt 5, 16).
3. «Para nos estimularmos ao amor e às boas obras»: caminhar juntos na santidade.
Esta afirmação da Carta aos Hebreus (10, 24) impele-nos a considerar a vocação universal à santidade como o caminho constante na vida espiritual, a aspirar aos carismas mais elevados e a um amor cada vez mais alto e fecundo (cf. 1 Cor 12, 31 – 13, 13). A atenção recíproca tem como finalidade estimular-se, mutuamente, a um amor efetivo sempre maior, «como a luz da aurora, que cresce até ao romper do dia» (Prov 4, 18), à espera de viver o dia sem ocaso em Deus. O tempo, que nos é concedido na nossa vida, é precioso para descobrir e realizar as boas obras, no amor de Deus. Assim a própria Igreja cresce e se desenvolve para chegar à plena maturidade de Cristo (cf. Ef 4, 13). É nesta perspectiva dinâmica de crescimento que se situa a nossa exortação a estimular-nos reciprocamente para chegar à plenitude do amor e das boas obras.
Infelizmente, está sempre presente a tentação da tibieza, de sufocar o Espírito, da recusa de «pôr a render os talentos» que nos foram dados para bem nosso e dos outros (cf. Mt 25, 24-28). Todos recebemos riquezas espirituais ou materiais úteis para a realização do plano divino, para o bem da Igreja e para a nossa salvação pessoal (cf. Lc 12, 21; 1 Tm 6, 18). Os mestres espirituais lembram que, na vida de fé, quem não avança, recua.
Queridos irmãos e irmãs, acolhamos o convite, sempre atual, para tendermos à «medida alta da vida cristã» (João Paulo II, Carta ap. Novo millennio ineunte, 31). A Igreja, na sua sabedoria, ao reconhecer e proclamar a bem-aventurança e a santidade de alguns cristãos exemplares, tem como finalidade também suscitar o desejo de imitar as suas virtudes. São Paulo exorta: «Adiantai-vos uns aos outros na mútua estima» (Rm 12, 10).
Que todos, à vista de um mundo que exige dos cristãos um renovado testemunho de amor e fidelidade ao Senhor, sintam a urgência de esforçar-se por adiantar no amor, no serviço e nas obras boas (cf. Heb 6, 10). Este apelo ressoa particularmente forte neste tempo santo de preparação para a Páscoa. Com votos de uma Quaresma santa e fecunda, confio-vos à intercessão da Bem-aventurada Virgem Maria e, de coração, concedo a todos a Bênção Apostólica.
Vaticano, 3 de Novembro de 2011
BENEDICTUS PP. XVI
Fonte: cancaonova.com

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Encontro de Liturgia!


No próximo sábado, dia 18 de fevereiro, às 14h, no Salão Paroquial da Igreja de Santa Luzia vai acontecer o primeiro Encontro de Liturgia do ano de 2012. O evento contará com a participação do novo pároco, Pe. Ivan, e será extensivo a todos os agentes de pastoral. O BLOG apurou que na reunião haverá uma avaliação do trabalho da Pastoral Litúrgica, bem como encaminhamentos para futuras ações. A presença de todos, segundo a Coordenadora Shirley, vai colaborar para que o encontro seja bastante proveitoso.

domingo, 29 de janeiro de 2012

Até logo, Pe. Sadi!


Hoje a noite, daqui a pouco na verdade, o Pe. Sadi vai presidir pela última vez a Celebração Eucarística em nossa comunidade. Depois de mais de dois anos conosco, chegou a hora de se despedir. É sempre difícil a partida, embora nessa caminhada da Igreja esses momentos sejam frequentes: vez por outra os padres são remanejados, assumem outras funções. No caso do Pe. Sadi, vai voltar para sua diocese no Rio Grande do Sul. Lembro com muita clareza quando chegou, falava (e continua falando) baixo, meio tímido, mas uma frase marcou: "Eu quero amar esse povo!" E fez, de fato, isso! Amou os diferentes, especialmente, e amar a diferença é um processo difícil, que poucos entendem, quase ninguém quer fazer isso. Ele foi nesta Comunidade, na verdade, diferente! E é esta a imagem que queremos ter do nosso querido e eterno pároco, Pe. Sadi. Já há muitos lamentos, tristeza. Mais nas ruas, entre as pessoas, em tantos lugares em que ele, quase na surdina, quase solitariamente desempenhou sua Missão. Sei que ele nunca abriu esse BLOG para ler, talvez nem veja essa mensagem, sempre "briguei" com ele por isso, mas toda vez que dizia algo, mostrava alguma iniciativa, me dizia: "Ficou tri legal", era o ânimo necessário, confortador. Daqui a pouco vamos dizer um "até logo!", render algumas homenagens e confirmar de que o AMOR que queria dar a nós produziu muitos frutos. Vai com Deus, Pe. Sadi! E volte sempre!
Tony Silva
Equipe de Comunicação

sábado, 14 de janeiro de 2012

Pe. Ivan é apresentado à Comunidade!

Em Celebração Eucarística presidida pelo Arcebispo Auxiliar de Manaus, Dom Mário Antônio, foi apresentado à comunidade do bairro Presidente Vargas o novo pároco da Igreja de Santa Luzia da Matinha, o Pe. Ivan Costa. Com a presença de um grande número de fiéis, inclusive dos irmãos vindos do bairro da Compensa, a Liturgia foi marcada por ritos específicos, dentre os quais a leitura da provisão, assinada por Dom Luis e a "entrega"do sacrário ao novo pastor. Dom Mário Antônio, em sua reflexão, lembrou da importância da colaboração da comunidade para com o novo pároco, de forma que o mesmo possa desenvolver o melhor trabalho possível entre nós. No final da liturgia, Pe. Sadi agradeceu a oportunidade de ter trabalhado na comunidade e registrou que nossa paróquia havia sido brindada com um padre comprometido com o trabalho pastoral. No encerramento da Celebração, o Pe. Ivan saudou a toda assembleia celebrante, destacou que veio para somar na comunidade, mantendo aquilo que funcionava bem e alterando aquilo que mereceria alguns ajustes. Ao final, agradeceu aos amigos da Paróquia de Nossa Senhora Mãe da Misericórdia, onde estava trabalhando antes de ser designado para ser nosso pároco.
Nota: O Pe. Sadi vai continuar colaborando com nossa comunidade até o final do mês de janeiro, pois o nosso novo pároco estará em compromissos anteriormente agendados.

domingo, 8 de janeiro de 2012

Posse do novo Pároco


Na quarta-feira próxima, dia 11 de janeiro, às 19h, acontecerá a posse do nosso novo pároco, Pe. Ivan. A Celebração Eucarística será presidida pelo Bispo Auxiliar Dom Mário Antônio. É um momento importante para nossa comunidade paroquial, pois é a oportunidade de conhecermos nosso novo pastor, assim como também tomar conhecimento das propostas que traz para nossa Igreja. Em breve traremos uma entrevista com o Pe. Ivan aqui para o BLOG, com imagens, de forma que nossos leitores possam conhecer melhor o padre que caminhará conosco a partir do final de janeiro. Aproveitamos para registrar que no dia 29 de janeiro, também às 19h, na Igreja de Santa Luzia, acontecerá a última Missa celebrada por nosso querido Pe. Sadi. Todos são igualmente convidados a participar!